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SÃO PAULO E A METÁFORA DA CIDADE LIMPA



Não há dúvida da impressionante beleza destacada pela arquitetura histórica de São Paulo, onde visualizamos estilos e formas diversas de prédios centenários. É um acervo cultural ao ar livre, que nos remete à história e a vida do povo paulistano e dos turistas e visitantes que pela cidade passaram. Contudo, não é tão fácil visualizar esses edifícios assim, uma vez que nossa atenção acaba por ser redobrada aos metros lineares à nossa frente. E o que vemos não é bom, são camelôs, andarilhos, aliás muitos deles, comércios diversos e uma espécie de impessoalidade, que não condiz com o mérito almejado. Fato é que cabe um velho e antigo jargão: “água e óleo não se misturam...”. A Lei Cidade Limpa, que entrou em vigor em janeiro de 2007 em São Paulo, relutou factualmente contra todos os lobbies possíveis e imaginários, fossem proprietários de lojas, empresas de outdoor ou restaurantes, ou seja inúmeros tipos e segmentos de estabelecimentos que empreendessem em suas fachadas ou frentes, letreiros e publicidade poluidora. Quem tomou a frente pela “briga”, foi o até então prefeito, Gilberto Kassab (hoje PSD, antes DEM) conseguindo sua aprovação na Câmara Municipal. Decerto, São Paulo foi por anos a cidade mais afetada por essa poluição visual no país. Melhorou muito, mas o que nos chama ainda muito a atenção não é o alto, as torres ou sacadas, mas o piso que ainda acomodam os problemas sociais, a marginalidade, os que se declaram injustiçados e sem teto... E por isso, perdemos a atenção no reconhecimento da riqueza dos edifícios espalhados por toda a cidade, que certamente empregam segredos infindos.

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