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Informações NY Times
Um caso de Zika vírus transmitido por sexo, ao invés da picada do mosquito, foi descoberto no Texas na última terça, fato que certamente complica os planos para conter a epidemia global.
O Departamento de Saúde do Distrito de Dallas reportou que um paciente com o Zika vírus foi infectado fazendo sexo com uma pessoa que havia retornado da Venezuela onde o Zika está circulando.
Depois dessa constatação, o Centro de Controle de Doenças e Prevenção mudou seu aconselhamento para viajantes americanos que visitem regiões onde o Zika vírus está disseminado.
Homens que façam sexo após viajar para essas áreas deveriam usar camisinha, disseram os oficiais do centro de controle, embora não explicassem por quanto tempo a precaução deve ser mantida. Mulheres grávidas devem evitar contato com sêmen de homens recentemente expostos ao vírus. A agência planeja publicar novas orientações em breve.
A infecção de mulheres grávidas com Zika vírus está ligada a defeitos de má formação nos seus bebês. Mas a infecção não é normalmente ameaçadora em outros casos e produz sintomas apenas em 20% dos pacientes.
Porém, a transmissão sexual, dizem especialistas, adiciona um novo nível de dificuldade na detecção e prevenção do surto de Zika, o qual pode requerer não apenas o controle do mosquito, mas também medidas educativas para sexo seguro. Oficiais de saúde agora enfrentam a perspectiva de parar uma infecção que é comumente silenciosa e para a qual não existem testes viáveis em larga escala; que pode transmitir-se sexualmente, mesmo que não exista nenhum sinal da doença até que uma criança nasça.
“Isso traz à tona toda uma nova gama de aconselhamentos para prevenção”, disse o Dr. William Schaffner, chefe de medicina preventiva na Escola Médica da Universidade de Vanderbilt.
A transmissão pelo mosquito funciona como uma grande rodovia e a transmissão sexual como uma rua de acesso”, diz Dr. Shaffner. “A transmissão sexual não pode ser responsabilizada pelo aumento súbito e generalizado do vírus”.
Cientistas suspeitavam há muitos anos sobre o Zika ser transmitido sexualmente. Em 2008, um especialista em malária que contraiu Zika enquanto pesquisava mosquitos na África, contaminou também sua esposa, pouco tempo após o seu retorno para estado do Colorado.
As suspeitas se deram porque sua esposa não havia deixado o estado e não existem esses mosquitos na região – e também porque o casal não infectou nenhum dos seus quatro filhos – especialistas concluíram que a única explicação lógica seria transmissão pelo sexo.
Ano passado, cientistas franceses descreveram ter encontrado vírus passíveis de transmitirem o Zika no sêmen de um homem taitiano de 44 anos que havia se recuperado de uma infecção durante o surto de 2013 na Polinésia Francesa.
Os investigadores ainda não puderam determinar por quanto tempo o vírus persistiu porque o paciente havia notado apenas um episódio de febre naquele ano que poderia estar relacionado a presença do vírus.
O Centro de Controle de Doenças confirma que existem infecções por Zika em Dallas. Oficiais de saúde disseram que a pessoa infectada por Zika durante o sexo não deixou o território dos Estados Unidos recentemente e que não existem casos documentados de transmissão do vírus por mosquitos na cidade. O viajante que regressou da Venezuela possuía sintomas visíveis de infecção por Zika.
Em sua declaração sobre o caso do Texas, o Centro de Controle de Doenças observou que não havia “nenhum risco para fetos em desenvolvimento”, presumimos que isso significa que nenhum dos parceiros infectados estava em gestação