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O SAUDOSO CINE NITEROI


Fonte da imagem: culturajaponesa.com.br


O cinema japonês chegou com força no ocidente em 1950.

O clássico “Rashomon” de Akira Kurosawa foi exibido no festival de Veneza daquele ano, onde obteve grande sucesso, ganhando o Leão de Ouro e abrindo as portas do ocidente para o cinema desse país, que ainda hoje é considerada uma das filmografias mais importantes de todas.

Antes disso a cinematografia nipônica estava restrita a território japonês, certo? Errado.


No Brasil essa cinematografia já fazia sucesso a algum tempo.

Por conta da grande imigração japonesa por essas terras, o empresário Susumu Tanaka e seus irmãos resolveram criar uma sala que só exibisse filmes japoneses aqui no Brasil.

Cine Niteroi, fundado em 1953 – Nada a ver com a cidade homônima, seria algo como “O Herói do Japão”, pomposo, hein?

Em um primeiro momento exibia filmes sem legendas, poucas semanas após a estreia no Japão, trazia filmes da Toei, uma das grandes produtoras de lá, até hoje.


Essas sessões atraiam grande parte da colônia, mas também começou a chamar a atenção de cinéfilos que acabaram virando diretores, como o grande e saudoso Carlos Reichenbach e o crítico e também cineasta Jairo Ferreira.

Ambos chegaram a conhecer filmes de mestres como Yasujiro Ozu, mais ou menos uma década antes dos europeus e estadunidenses.

E com o tempo, a procura por esses filmes se tornou tão intensa que o empresário começou a pagar do próprio bolso a legendagem dos filmes.

Em tempos pomposos, chegaram até a trazer os atores dos filmes para divulgá-los no Brasil, o grande astro Toshiro Mifune chegou a vir para cá, entre outros.

Logo surgiram outros cinemas nessa linha, Cine Joia, Cine Nippon e Cine Tóquio, cada uma delas representava alguma grande produtora, respectivamente, Toho, Shochiku e Nikkatsu.


Infelizmente com a obrigatoriedade em exibir películas nacionais e a chegada do vídeo cassete, todos tiveram que fechar.

Sobrou apenas o pioneirismo.

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