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MICHEL TEMER, UM SUBSTITUTO DE RISCO NA PENDÊNCIA DA DESTITUIÇÃO DE DILMA ROUSSEFF


O presidente interino do Brasil, em coletiva de imprensa.

Foto: Divulgação/correioserido.blogspot.com

Sua comitiva está pronta para o “sacrifício”. Michel Temer vice-presidente de Dilma Rousseff, deve se instalar hoje, 12 de maio, no Palácio do Planalto em Brasília, no lugar de sua ex-aliada para endireitar um país derrotado. Assim foi decidido pelos senadores, na madrugada de quarta para quinta-feira quando aprovaram o procedimento de impeachment [destituição] da presidente, suspensa por 180 dias, tempo em que decorre o processo. Temer é um produto do sistema político brasileiro, fino conhecedor das intrigas parlamentares, descrito pela comitiva da presidente brasileira como um “conspirador”, um “traidor” e um “ejaculador precoce” que já planejava ocupar o trono meses atrás, e segue prestes a atingir o degrau mais alto do poder.


Quase um desconhecido, à frente de um país em crise

Sua função é atualmente a de presidente interino. Ele vai ter que esperar ainda seis meses, talvez um pouco menos, até a votação final do Senado, na esperança de se tornar oficialmente presidente do Brasil. Mas sua consagração já está nas mentes de boa parte dos observadores, que acreditam que nem Dilma Rousseff, nem o Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conseguirão reverter essas tendências. Presidente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB, centro), Michel Temer não supera 3% das intenções de voto.


Esse desconhecido do grande público, filho de imigrantes libaneses e com maneiras delicadas, encarna a esperança de encontrar uma saída para crise. Michel Temer sabe que ele herda uma situação dramática. O país atravessa uma recessão histórica, (-3,8% em 2015), o desemprego está no nível mais alto (10,2% no primeiro trimestre), a inflação (mais de 9%) mina o poder aquisitivo, as epidemias de Zika e H1N1 são galopantes e as ruas estão em cólera contra um mundo político gangrenado pela corrupção.


Decisões difíceis à espera

Os desafios são imensos, mas “Michel Temer tem uma vantagem, ele tem um voto de confiança dos mercados financeiros”, observa André Nassif, professor de economia na Universidade Federal Fluminense. Temer está em evidência por causa da desvalorização da Bolsa e da moeda, e também por conta da aproximação do impeachment. Temer, que já foi presidente da Câmara dos Deputados, tem outra carta na manga, seu conhecimento profundo do congresso, de seus protagonistas e de suas intrigas. Uma qualidade cruelmente ausente de Dilma Rousseff e crucial para aprovar medidas impopulares.


O futuro presidente deve fazer o “trabalho sujo”: redução da dívida pública e déficit orçamentário. “Michel Temer quer restaurar a credibilidade do país. Haverá cortes, uma redução de ministérios e gastos, menor investimento público. Temer não vai ser impopular no curto prazo, mas mais tarde, a história vai se lembrar”, explica sua comitiva.

Leia reportagem completa do jornal francês aqui.

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