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PESSOAS JOVENS MORAM MAIS COM OS PAIS DO QUE COM PARCEIROS

Pela primeira vez desde que se registra, viver com os pais atualmente é o mais comum arranjo familiar entre 18 e 34 anos, diz uma análise de censo nos EUA.

Número de casais jovens está em queda há décadas, diz pesquisa. Foto: donagiraffa.com/divulgação

Pela primeira vez na história moderna é maior o número de pessoas entre 18 e 34 anos que vivem com seus próprios pais do que em qualquer outro arranjo de moradia, de acordo com a Pew Research Center report, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira.

Em 2014, aproximadamente um terço dos jovens adultos vivia na casa de seus pais, um grupo muito maior do que aqueles que viviam com suas esposas ou parceiros românticos, ou que moram sozinhos ou com roommates, ou ainda os que vivem como pais solteiros.

Enquanto a geração do milênio considerava morar junto com os pais motivo de piadas ou para ironias eternas – e a recessão de 2009 fez a parte dela para que tudo mudasse - essa dinâmica já se consolida há mais de uma geração. Já se passaram décadas de afirmação desse resultado, o que significa transformações sociais profundamente enraizadas na educação, no trabalho e na formação de famílias.

Desde 1980, quando o United States Census Bureaus começou a registrar, o mais comum arranjo entre as pessoas jovens era viver com cônjuges, esposa ou equivalentes. O auge desse tipo de moradia aconteceu nos anos 1960, onde somava 62%. Mas, nos últimos 50 anos, o leque de opções se abriu, tornando o casamento apenas uma, entre as diversas possibilidades.

Como resultado, porcentagem de jovens americanos romanticamente arranjados mergulhou para 31,6%, caindo para a segunda posição na lista de possibilidades, pela primeira vez.

“Para as mais antigas gerações de jovens americanos, uma das principais atividades nas quais eles estavam focados era se relacionar, formar uma nova família, talvez com crianças”, diz Richard Fry, o autor do estudo. Agora eles gastam mais tempo dedicados ao estudo e ao trabalho, na esperança de pouparem o suficiente para mudar de casa por si mesmos.

O grande motivo dessa transformação é o declínio econômico e de oportunidades. Ou seja, o custo de vida sofre uma escalada e os salários estão estagnados, a dívida dos estudantes está crescendo e o preço das casas só aumenta, tudo isso cria obstáculos para a coabitação ou casamento.

“Se você não vive com seus pais, você vive com rommmates” (divide a casa e os custos com colegas), disse Laura Zelaya, 28, uma jovem produtora que vive com os pais na cidade de Falls Church, no estado da Virgínia, enquanto economiza para comprar uma casa. O irmão e a irmã dela também voltaram para casa dos pais depois da faculdade. “Eu não vejo muitas pessoas da minha idade morando sozinhas”.

A tendência é liderada por homens jovens, cujas fortunas foram minguando desde os anos 1960, enquanto sempre viveram com os pais em maior número do que as mulheres, morar com os pais têm sido a opção de moradia dominante entre eles desde 2009. Em 2014, 35% viviam com os pais enquanto 28% viviam com suas esposas ou parceiros. Para as mulheres jovens os percentuais são invertidos: 29% vivem com os pais e 35% com seus parceiros; as diferenças podem ser explicadas pelo fato que mulheres jovens tendem a se casar com homens um pouco mais velhos. Confira detalhes do estudo e a íntegra da reportagem aqui.

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