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SE VOCÊ É JOVEM E ESTÁ FURIOSO COM O REFERENDO EUROPEU, VOCÊ ESTÁ CERTO


Jovens eleitores sentem-se decepcionados pelos resultados a favor do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.

Fonte da Imagem: standard.co.uk

O jornal britânico The Guardian, atento ao conflito geracional contabilizado através do referendo sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia, publicou diversos depoimentos de leitores hoje à tarde. A maioria dos jovens (e adultos abaixo dos 49 anos) votou pela permanência do país dentro do acordo de livre deslocamento, facilidades para o comércio e ajuda monetária.

Acompanhe as insatisfações através do relato de Rhiannon Lucy Cosslett.

“Bom, de fato aconteceu. O Reino Unido está fora. Está navegando livremente pelo horizonte e todos nós sabemos a quem agradecer. Há poucos dias atrás eu me encontrava incentivando os jovens votantes a escolher permanecer, por tratar-se de questões relativas aos nossos futuros, por sermos nós os que conviverão mais tempo com as consequências deste referendo.


’Eu estou tão brava’, escreveu uma usuária do Twitter. ‘Uma geração a quem foi dado tudo: educação gratuita, pensões vultuosas, mobilidade social, votou para esquartejar o futuro da minha geração’. Outro ponto levantado por um comentarista do site do Financial Times que foi compartilhado amplamente nas redes, resumiu o senso de fúria, contrário ao resultado da votação, que tomou conta dos jovens: ‘A geração mais jovem acaba de perder o direto de viver e trabalhar em 27 outros países membros. Nós jamais saberemos a extensão total das oportunidades perdidas, das amizades, de casamentos e experiências que nos serão recusadas. A liberdade de se deslocar foi tirada de nós, por nossos pais, tios e avós na despedida da geração que se afogou em débitos com seus antecessores.


Mas não se preocupe – Boris Johnson disse que a partir dessa manhã as pessoas jovens podem encarar ‘um futuro próspero’ e que ‘os britânicos assumiram o controle novamente'. Exceto raros entre nós acredita nessa retórica vazia.


Três quartos das pessoas jovens – a grande maioria – calculou-se terem votado para permanecer na União Europeia. Enquanto isso, os mais velhos manifestaram-se a favor de uma visão incerta, de uma Grã-Bretanha futura, que os mais jovens enfaticamente não aceitam. Meus agradecimentos àqueles baby boomers e seus ascendentes que, ao contrário, votaram pela permanência. Ou ainda àqueles que nos dias anteriores ao referendo concordaram em deixar de lado seus próprios sentimentos e votaram em benefício de seus filhos e netos. Nós agradecemos a tentativa.


Não há nenhum ponto que coincida com meus sentimentos nesse resultado; eu cometi aquele engano depois das eleições gerais e fui ridicularizado pelos adeptos de partidos de direita. Como se ao reconhecer abertamente o seu medo e sua tristeza diante de um resultado político, que tem consequências muito reais para sua família, significasse que, de alguma forma, você é uma pessoa exagerada e patética. Mas o que eu direi é que, se você é jovem e está experimentando sentimentos de fúria e de coração partido a respeito do resultado, você tem suas justificativas. Política é um assunto pessoal; a forma como as próximas semanas, meses e anos se desenrolarão trará consequências poderosas e definitivas no dia a dia da sua vida. Esse é um dos pontos-chaves da sua linha do tempo pessoal. Se você está revoltado, está certo em estar.


É uma lição que eu sinto que minha geração aprendeu tarde demais, esse resultado é reflexo da apatia, ausência do engajamento político, e o sentimento de que não existe espaço para participação em um sistema que não desperta nosso interesse, através do coração. Portanto, nossa geração não votou tanto quanto deveria.


(...)


Sim, demograficamente, nós perdemos, mas ao mesmo tempo construímos um poderoso acordo sobre o tipo de país no qual nós desejamos viver. Que nós estaremos privados dele, é um vexame reluzente, mas pelo menos somos parte de um coletivo de pessoas que deseja um mundo melhor. Não deixe que esses sentimentos se dissiparem; mobilize, organize, trace estratégias e sobretudo, tenha esperança. Foque o seu coração no fato de que você é parte dessa gangue otimista e de mente aberta." Para ler o texto original na íntegra, clique aqui.


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